Revista Casa D’Italia, Juiz de Fora, Ano 1, n. 5, 2020 – Thiago Duarte Pimentel | A Gestão de Operações em Organizações da Cadeia Produtiva do Turismo: Análise da Oferta de Atrativos Culturais em Juiz de Fora (MG)
Um dos seus elementos mais intrínsecos (senão o único conferidor de sua identidade) do sistema turístico é o atrativo turístico. Apesar de sua relevância, frequentemente, este elemento é tomado de maneira natural, como um dado, sem que seja analisado mais a fundo, em si mesmo ou em suas relações com outros componentes do sistema turístico.
Tentando aprofundar este veio de discussão, o objetivo deste artigo foi analisar a relação entre a oferta de atrativos turísticos e sua operação. Recorreu-se teoricamente ao estudo da gestão de empresas no setor turístico, focalizando especificamente os serviços turísticos considerados como “atrativos”, além de se produzir uma caracterização sobre o que é considerado atrativo.
Metodologicamente este estudo valeu-se da combinação de dois bancos de dados distintos, mas complementares, um referente a cadeia produtiva do setor e outros aos atrativos existentes, elaborados em pesquisas precedentes, tomando como contexto empírico a cidade de Juiz de Fora (MG). Os critérios de análise de atrativos baseiam-se em investimento de tempo, dinheiro e sua importância relativa e condições de acesso, já no âmbito da gestão de operações da empresa, produziu-se uma radiografia sobre o segmento de atrativos culturais da cadeia produtiva, explorando especificamente o tipo de produto/serviço, público-alvo, faturamento e técnicas de gestão usadas.
Os resultados apontam que percepção relativa aos atrativos como de baixa valor (quanto ao investimento de tempo, dinheiro e importância relativa) cotejada com dados do perfil da sua forma de operação evidencia a existência de um processo produtivo tradicional, mecânico, com baixo valor agregado e possibilidade de estagnação.
Como conclusão aponta-se a necessidade de requalificação, posicionamento e exploração de capacidades existentes como condição necessária para o desenvolvimento turístico do destino. Já em relação às recomendações, propõe-se:
a) a requalificação em termos de mão de obra, de capacitação dos gestores e de melhoria no uso e técnicas de gestão, que contribuam para elevar o grau de competitividade das empresas, bem como de inovação, diversificação e agregação de valor aos produtos;
b) o (re)posicionamento da oferta no sentido de, uma vez mais qualificada, com criação de novos produtos e diversificação e agregação de valor aos já existentes, reprojetar a oferta com vistas a alcançar mercados nacionais e, eventualmente, internacionais;
c) no tocante aos estudos dos atrativos, em si, uma sugestão é aprofundar a discussão sobre o grau de modificação, de complementariedade, de abrangência e de originalidade da oferta.
Assim, em síntese, a melhor exploração das capacidades existentes poderá ser alcançada, aperfeiçoando assim processos de gestão, intra e interorganizacional, e otimização do macroproduto turístico, através de maior sinergia entre os elos cadeia.
Fontes:
https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/03-05-2016/raizes-ainda-vivas.html MOREIRA, Rafael. Departamento de Cultura da Casa D’Italia de Juiz de Fora. Rafael Bertante. Juiz de Fora, 2020.
Thiago Duarte Pimentel
Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Administração e Graduado em Turismo. Professor na Universidade Federal de Juiz de Fora. CV: http://lattes.cnpq.br/9841188234449467 / Orcid Id: https://orcid.org/0000-0003-1889-069X. email: thiago.pimentel@ich.ufjf.br